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Gênesis


Wiliner

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Gênesis


“Inspirado pelos sonhos, mergulhado em suas idéias e regido pela esperança de um novo amanhã, o tempo constrói.”

Escritor deste pergaminho.

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Prólogo


O vazio torna-se algo eloquente, quando se está sozinho. Não há como ver, pois naquele espaço só há escuridão, só há trevas, somente a cor negra envolve aquele nada, fazendo com que apenas uma, das três entidades sagradas reine soberana. Tal entidade amante da solidão, apreciadora do vazio, um ser vivente em espírito, cuja origem se faz desconhecida. Sabe se apenas que essa aura negativa se chama Avilack, e tudo o que é impuro lhe convém.

Em contradição ao seu irmão, eis o senhor da justiça e virilidade: Anëron. Nascido da vontade e da audácia do tempo, crescido em meio ao vazio, tornou-se completo apenas sentindo a presença de seus irmãos, pois sua visão se esbarrava nas cortinas de escuridão que pairam neste espaço sem cor, sem vida, monótono.

Com o sentimento de amargura aflorando sobre a sua essência e com seus pensamentos em decadência, tais regidos pela vontade de mudança, e impedidos pelo medo do novo, eis o tempo, que há muito vive dentre este espaço vazio; tal entidade chama-se chama Aluriel, qual origem nunca foi especulada, devido a sua antiguidade, Aluriel se revela o irmão mais velho; senhor do destino, arauto da soberania, provedor da paz e da misericórdia, considerada entidade suprema, pois todos sucumbem perante o tempo.

Conheçam agora, palavras escritas pela mão de um desconhecido. Tal ser viveu para narrar este mito envolvente, imaginando um dia que este pergaminho fosse conhecido por todos os habitantes deste mundo, que merecem conhecer a sua origem, e a origem de sua casa. Das palavras deste pergaminho, aflora uma história de renovação, cuja determinação de uma entidade há muito amargurada, deu vida a este pedaço de criatividade, banhado pela sua inspiração proveniente de sonhos desconhecidos. Eis Elënor, o fruto da criação do tempo, em sua mais estável condição mental.

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Capitulo I

A primeira inspiração


A solidão, a monotonia e o vazio do nada, levaram Aluriel a deixar que sua imaginação assumisse o controle. Ao acordar do seu terceiro descanso, ainda assustado, o tempo se perguntava o que havia acontecido naquele breve período, cada descanso do tempo era proveniente de uma sensação de amargura que se originava devido a sua situação monótona. O que ocorreu dentro da mente do tempo? Eu não me atrevo a dizer. Mas, gosto de pensar que naquele período, o senhor do tempo teve o seu primeiro sonho, ou melhor, a sua primeira inspiração... Inspiração proveniente da agonia da escuridão e da medonha solidão, que agora, após uma longa existência das entidades, se fez presente entre os irmãos, até mesmo no emissário da escuridão, agora cansado de celebrar sozinho o seu reinado.

Voltando para si aos poucos, Aluriel pôs-se a criar. Confesso que não imaginava que aqueles sonhos fizessem do tempo, a entidade criadora. Eu apenas tentei confortá-lo, abraçando a sua causa e acolhendo para mim, aquele sentimento de solidão, que aos poucos ia definhando aquela criatura. Mas, a minha surpresa não é o foco deste capítulo, e sim, o mais belo acontecimento desde que a escuridão existe. Aluriel criou sete linhas ambas com tons diferentes, inspiradas na cor negra daquele espaço, porém com uma admirável diferença; aqueles tons se faziam mais vívidos, mais exuberantes, alguns mais fortes, outros mais fracos. E as linhas se formaram como um arco, um arco com tonalidades tão belas, tão vivas... O arco de tons, assim o tempo o batizou. E com este, Aluriel fez nascer a sua arte primogênita, com essas linhas ele preencheu aquele espaço vazio com uma das novas tonalidades, ele pintou naquele quadro negro uma fonte de luz, totalmente oposta daquela imensidão negra. Não consigo expressar o quão pasma foi à reação do tempo, ao ver que tais sonhos, estavam sendo colocados em prática, modificando e expulsando aquele vazio e levando com ele o sentimento de monotonia e solidão, pois agora, pela primeira vez; Aluriel pode enxergar a essência de seus irmãos.

As entidades não possuíam forma física, eles eram apenas essência, feita de energia, mesclada com flagelos de sabedoria concedida pelos inúmeros períodos de existência. Eis então, um momento que me deu arrepios: O primeiro encontro dos irmãos. Logo Avilack pôs se a frente dos dois irmãos formando aquele trígono, para que ambos pudessem enxergar a essência de cada um.

Lembro-me da luz de Anëron, que ao entrar em contato com a nova tonalidade daquele espaço, brilhou e iluminou as proximidades até o limite do horizonte, aonde não se podia mais enxergar. Já a luz do tempo, brilhou menos vívida porem mais consistente, uma tonalidade um pouco mais escura do que aquela que preenchia o espaço, algo belo e imponente que logo se destacava dentre os irmãos. Vi também a essência de Avilack, e esta me assustou. A sua aura foi à única que permaneceu imersa nas sombras, com fagulhas de energia negra se soltando e o rodeando, como se a escuridão envolvesse a sua essência, mesmo com toda aquela luz que a aura de seus irmãos fazia questão de emitir.

Após sua primeira inspiração, o tempo colocaria em pratica a criação de sua segunda obra, e foi ai que eu vi a audácia de Aluriel, ao meio daquela aura de tom anil, proveniente de sua primeira criação, a essência do tempo brilhou mais forte, liberando ao seu redor, um feixe de luz, uma luz que representava a coloração do segundo tom dos sete existentes. E aquele tom outrora preso dentre as linhas do arco, foi liberto, despedaçando-se em mil fios, e cada fio continha luminosidades diferentes, alguns mais escuros, outros mais vívidos. O feixe de luz alongava-se mais e mais, chegando e até ultrapassando os limites do alcance da minha visão. Os mil fios luminosos formaram um circulo de tamanho exorbitante, tal circulo prendia para ela a primeira inspiração, trazendo novamente aquela escuridão total para fora de seus limites, preenchendo apenas a si mesma, com o primeiro tom, e fazendo de sua linha externa uma forma de proteção, para que a escuridão não a penetre. Para isso foi construído o segundo tom, o tom dos mil fios, que guardariam aquela nova criação, a criação que hoje chamamos de: Elënor, o mundo; ou melhor: Nosso lar.

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Capítulo II

Percepções



Deprimido, isolado, afastado fisicamente de seus irmãos, eu podia sentir, ou melhor, eu podia ver na expressão daquela essência luminosa que construiu o mundo, resquícios de insatisfação; naquele momento eu pude ver que faltara algo mais para o tempo, ele precisara de companhia, ele precisara de conselhos, precisara de seus irmãos...

Um brilho incessante, raios luminosos atravessavam-me como se não houvesse nada em que trombar; luzes disparadas, uma esfera de luz rodeia o espaço no qual o tempo gerou tal fenômeno. E refletidas pela própria esfera, aos poucos as luzes se dispersam, levando consigo aquele brilho divino, e deixando no local, o terceiro membro daquele arco composto; o terceiro tom.

Rubra, era a sua cor, seus fios se moviam em formato melancólico, como se estivessem presos em uma superfície alteada, soprados suavemente pelo vento, beijados sutilmente por uma leve brisa; eis a terceira luz do arco de tons, a luz inspiradora, aquela que fez com que o tempo ouvisse pela primeira vez os conselhos de seus irmãos, graças ao terceiro tom, eu conheci o único significado do sentimento; emoção...

Daqueles fios rubros, implodiram-se vários outros com o mesmo contraste, e aqueles traços, belos e límpidos abraçaram as entidades, unindo-as; e um clarão repentino da mesma cor, espalhou-se por aquele espaço. E de repente; solta pelo espaço, liberta do silêncio, ouve-se uma voz:

- Eu preciso de vocês meus irmãos... – Era Aluriel, imerso em sua depressão, envolvido pelos rubros fios, almejando aquela ajuda consanguínea que agora, poderia ser prestada.

Doce, quase melódica; só consegui encontrar essas duas conclusões sobre a voz do tempo... O resto ficou preso em minha mente, ou melhor, eu não fazia questão de encontrá-las, afinal, aquele momento era único, e me deixou marcada para sempre... Fora revelado o terceiro tom; o som.

Vi a euforia, a movimentação, e me atrevo a dizer; a ensaiada dança das entidades. Pelo menos, era o que parecia. E ao contrário do que eu esperava de Avilack - aquela frieza absoluta, me surpreendi com sua reação, ao comemorar junto com o tempo e com o equilíbrio; Anëron – aquela nova tonalidade.

Percepções presentes, podendo enxergar e agora ouvir, as essências se comunicam incessantemente. Ví Anëron expor suas opiniões sobre a inspiração dada pelo até então desconhecido ao mestre do tempo; Aluriel. Ví também o emissário de escuridão mostrando-se empolgado com aquela nova situação, assim como Aluriel, agora mais calmo e sentindo-se acolhido, abraçado por aqueles seres que há muito só demonstravam a sua presença ocupando aquele espaço vazio, sem percepções, sem inspirações, sem rumo.

O terceiro tom, foi uma das criações mais importantes reveladas daquele arco. Porém, a quarta liberação do arco de tons, será de suma importância naquele espaço, dando ao mesmo, um aspecto vívido e o mais importante: Um aspecto preenchido...


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Capítulo III

Traços primordiais



Silêncio... Eis o ultimo som escutado por mim, após um brado incessante do emissário da escuridão. O tempo se afasta deixando aos poucos um curto espaço dentre ele e seu irmão sombrio; seguido por Anëron que também não parecia concordar com o rumo daquela conversa... Após a liberação do terceiro tom aquelas criaturas pareciam se entenderem, e após um período, um breve período de conversação o silêncio paira novamente dentre as três essências. Vi naquele momento uma discórdia entre os seres, mas a graça do som não foi perceptível para mim, apenas vi e senti aquelas essências se afastarem; a escuridão foi para um lado e o equilíbrio para o outro, deixando o tempo parado, pensante, com raiva... Naquele momento foi liberto o quarto tom; eis a tonalidade mais bela e mais vívida, foi por ela que derramei pela primeira vez as minhas lágrimas, foi por ela que acreditei na obra do tempo, foi daquela cor neutra quase invisível que saíra do arco de tons que os selos se desprenderam.

Vi o primeiro - dos cinco selos - ser liberto daquele tom, qual se rumou para o sul, abaixo da essência do tempo, fixando-se na extremidade daquele círculo. E deste selo implodiu-se o primeiro elemento; e espalhou-se pela superfície do círculo uma manta da cor do tom liberto, tão transparente quanto o mesmo; emergindo ondulações, e com seu estado líquido preenchendo o espaço vazio do círculo, cobrindo aquela interminável superfície. E este selo foi chamado água, aquela que preencheria os vazios do espaço, quando esses se mostrassem, escorrendo por cada brecha deixada no interior do círculo; no interior do nosso mundo.

Vi o segundo selo ser liberto, e este ficou parado abaixo dos pés do tempo, o rodeando em formato circular e dele implodiu-se o segundo elemento; uma superfície sólida que se deitou sutilmente em partes da água; sua cor era sépia e essa ocupara breves espaços do primeiro selo – a água -. Tendo suas formas diferenciadas, ora depressivas, ora alteadas com camadas em farelos; outras mais solidificadas, sendo chamado este selo por terra, aquela que cobriria as águas e alcançaria o espaço alteado, aproximando com seus picos, a criação do criador.

Vi daqueles cinco, o terceiro selo ser liberto, este foi o selo fracionado, aquele que por pedaços foi mesclado ao segundo selo, nos picos alteados este selo foi posto para que por ele o criador visse o desenvolvimento de suas criações. Grená, era a cor soberana deste elemento o qual foi chamado por fogo; e dele expeliria uma quente camada que aqueceria o plano superior – a casa das essências, aonde os irmãos residem – para que estes não se esquecessem de seus traços primordiais, traços forjados pela inspiração do tempo, que jamais poderiam ser abandonados pela tríade divina.

Ví o quarto selo ser liberto; cujo selo, meu preferido. Este liberou uma forma gasosa que rodeava a essência de Aluriel, e sua cor trazia em seus traços a mesma do tom que o prendia; sua leveza e suavidade, alisando e pairando sobre a aura do tempo, eram admiráveis. A forma liberta expandiu-se, como correntes elas seguiam aquele espaço no circulo, pairavam sobre toda a superfície, acima do segundo selo; este foi o quarto elemento, o elemento chamado por ar - cuja responsabilidade era levar consigo os sons que planavam nosso mundo ao ouvir das entidades para que elas não se esquecessem do segundo tom: O som -, que outrora trouxe uma momentânea alegria e familiaridade para os três senhores.

Ao admirar de longe estava Avilack, preso em suas concepções, o emissário da morte estava parecendo não gostar do resultado dos quatro primeiro selos; juro que só deu tempo de ouvir a pronuncia de Aluriel e a expressão momentânea de ódio do senhor das sombras, um arrepio me subiu, e uma dor interna se instalou em mim quando ouvi as palavras do tempo, rígidas e frias:

- Carregador da discórdia, semeador da escuridão, emissário das desavenças, tu criastes o quinto selo, o ultimo dos cinco. És a pestilência da minha criação, a praga concedida pelo desconhecido, em prol da solidão. Vá criatura vil, cuja aura sombria nos infecta, eu conjuro o quinto selo criado para ti; o selo do exílio!

Exilado... Este foi o destino de Avilack, era inimaginável que após aquela primeira conversa das entidades, a conversa que o brado do senhor da escuridão rasgou as barreiras do som esticando se ao desconhecido, tivesse esse destino. Qual o motivo do exílio? Eu não o vi, não ouvi, mas por um momento senti o descontentamento de Avilack com aquela situação, mas um exílio? Foi demais para minha compreensão... Por vezes incontáveis eu presenciei o irmão sombrio olhando as obras do tempo de fora do círculo, talvez almejando uma nova discórdia, ou sabe-se lá o que passava no interior daquela criatura; então, decidi não interferir.

Avilack: Aquele conjunto admirável de energia sólida que emanava de sua aura, aqueles simples fios negros que o envolviam, comparados a uma pintura abstrata, feita pelas mãos de um cego pintor, o qual não conseguiria enxergar os próximos passos de seu pincel. Aquela entidade era simplesmente um conjunto do nada mesclado com uma pitada de personalidade, cuja forma parecia oblíqua, qual vivia de desvios, criando ângulos certas vezes incompreensíveis, sempre se adequando a novas realidades; nunca preso a uma reta, que sempre leva ao mesmo caminho. Seria esta o inicio da decadência deste ser, que vi aos poucos desaparecer imerso na escuridão ao redor daquele circulo, exilado pelo próprio tempo, e condenado a vagar eternamente dentre os vácuos do nada...



Próximos capítulos serão atualizados em breve.

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Editado por Wiliner
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Interessante , não fugiu muito da historia do tibia, ta de parabéns aguardando ansiosamente pelo lançamento do server.

Editado por KikimDaPadaria
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Parabéns ao escritor; a história está muito bacana. Aguardo ansioso os capítulos posteriores, principalmente aquele que der início a outros assunto afora a origem de tudo e todos (depois que li a história oficial do Tibia fiquei cansado disso. Eles falaram de como surgiram até os lobos. Os lobos!).

 

Abraços.

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Quem está escrevendo? >.~

Nosso escritor é o Avilack.

 

Interessante, não fugiu muito da historia do tibia, ta de parabéns aguardando ansiosamente pelo lançamento do server.

A única semelhança com o Tibia é o título da história - Gênesis. Geralmente esses relatos de "início de mundo" começam de modo parecido, mas se você se atentar aos detalhes irá notar a diferença do Elënor para o Tibia.

 

Parabéns ao escritor; a história está muito bacana. Aguardo ansioso os capítulos posteriores, principalmente aquele que der início a outros assunto afora a origem de tudo e todos (depois que li a história oficial do Tibia fiquei cansado disso. Eles falaram de como surgiram até os lobos. Os lobos!).

 

Abraços.

Este tópico está destinado somente a Gênesis do Elënor (Criação do mundo). Outros como: Lendas, mitos, contos e linha de desenvolvimento serão postados em outros tópicos que abordem tal assunto.

 

Obrigado pelos comentários, acompanhem os próximos capítulos.

Editado por Wiliner
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Obrigado a todos pelos elogios.

@Kikin:

Muito obrigado! E quanto ao lançamento: O nosso game esta caminhando em passos largos, e brevemente um Alpha será aberto.

@FilipeMAN:

Realmente a Gênesis do Tibia é muito "exagerada". Confesso que a história deles não me mantiveram preso até o final.

Editado por Avilack
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