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Halladian


Khallas

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Aquela noite havia sido muito longa e Ttelé, após a longa e demorada reunião com os outros anciões, havia ficado bastante tenso com a missão que tinha que cumprir. Mas todas as três missões eram igualmente difíceis e teriam que ser cumpridas, pelo bem de Haladian. Com esse pensamento, Ttelé iniciou sua viagem rumo à Floresta de Hibrilim. Era muito longe e precisaria voar dia e noite se quisesse chegar logo. Porém sabia também que não haveria perigo nenhum na viagem, pois o perigo maior seria atravessar o Portal para descobrir a melhor maneira de enviar o jovem portador do sangue dos unicórnios, Salvador de Haladian.

 

Ttelé decidiu então esperar amanhecer para iniciar sua jornada. Preparou-se bem e antes da primeira luz da manhã já estava voando alto. Suas longas e magnificas asas brilhavam de encontro à luz do sol. Ele teve um bom pressentimento. Algo lhe dizia que tudo daria certo. De onde partira, na Colina do Piherim seria cinco dias de viagem, atravessaria Haladian voando sempre a leste.

 

Naquele primeiro dia tudo correra conforme planejara. Ao final do dia, já exausto, alcançou um pequeno desfiladeiro e ali resolveu passar a noite. Ainda não saído dos domínios de Piherim, por isso sabia que não havia perigo passar a noite naquele lugar e apesar de sozinho, sentiu-se reconfortado com a missão que tinha a cumprir. Estava buscando a paz para Haladian e finalmente contribuindo para o bem do seu próprio povo.

 

Tudo correu bem naquela noite e novamente ao amanhecer já estava voando. Sobrevoou inúmeras aldeias durante sua viagem, mas no quarto dia, aconteceu o que era o grande temor dos anciões. Ttelé atingiu uma linda aldeia na região dos cavalos albinos e com pressa de chegar à floresta, não havia nenhum motivo para fazer uma breve parada, mas seu coração pedia pra que pousasse ali. Ao entrar na pequena cidade encontrou tudo muito quieto e vazio. Não havia ninguém nas ruas e parecia não haver ninguém na cidade. Todas as casas estavam fechadas e ele conhecendo bem a rotina das pequenas cidade de Haladian estranhou.

 

Bateu forte com os cascos no chão ao caminhar pra chamar atenção, mas não apareceu ninguém. Era um silencio de morte, apenas o assobio do vento cortava aquele pesado silencio. Quando Ttelé resolveu partir, apareceu em sua frente um pequeno morador. – Me ajude, grande unicórnio do chifre brilhante!! – pediu aquele pequeno cavalo com lágrimas nos olhos. Ttelé aproximou-se dele, tão assustado quanto o pequeno cavalo e quis saber o que estava acontecendo e ouviu o jovem dizer trêmulamente que seu pai estava muito doente e que precisava de ajuda. Então Ttelé pediu que o levasse até seu pai e sempre com o jovem à sua frente, chegou num local já fora da cidade, onde estava o pai daquele tão sofrido jovem cavalo.

 

Ttelé ficou muito triste e ao mesmo tempo preocupado com o que viu. O cavalo estava muito doente. O atencioso ancião sentiu um horrível arrepio na espinha quando se aproximou mais e pode perceber que o doente tinha perdido todas as penas das asas e o pior, havia um tumor enorme na asa direita. Com esses sintomas, Ttelé não teve duvidas, era o mal de Dascki e que aquele cavalo estava condenado, pois não havia nada a fazer.

 

O cavalo, com o que sobrara de consciência disse a Ttelé que todos haviam fugido da cidade quando ele adoeceu. Até os mais velhos que conheciam a história e sabiam que não tinham pra onde fugir também se apavoraram. Somente seu filho permaneceu, mesmo tendo pedido pra ele partir também, pois não queria que o visse morrer. O ancião após ouvir a história já sabia o que deveria fazer. Chamou pelo jovem cavalo e quis saber se já voava e era capaz de alcançar a Colina do Piherim e levar um recado seu. Locemn, respondeu que nunca havia ultrapassado os limites da cidade e que não queria abandonar seu pai para morrer sozinho.

 

Ttelé não teve outra alternativa, chamou Locemn e explicou ao jovem que não havia salvação para seu pai e que ele morreria naquele mesmo dia. Explicou ainda que era muito importante ele levar aquele recado, pois estaria ajudando os anciões a preservar a paz de Haladian. Foi muito duro para Locemn ouvir aquilo e num desespero que é normal pra quem está vendo seu pai morrer, correu até seu pai e chorando desesperadamente pediu pra que ele não o deixasse sozinho. Dricemn, calmamente levantou a cabeça e com os olhos também cheios de lágrimas disse ao filho: “Locemn, eu não tenho mais chances, mas você tem. Faça o que o unicórnio pede, deve ser importante. Você lembra das histórias que contava a você sobre os unicórnios? Ele é um ancião e não se há algum lugar seguro agora é junto dos anciões. Tenha orgulho de mim, eu saberei que você ficou bem”. Dricemn, ao dizer isso, apoio novamente a cabeça no chão e calmamente fechando o olhos, morreu.

 

Qual é o recado? – perguntou Locemn já conformado com a morte do pai e ao mesmo tempo percebendo a importância de levar o recado o mais depressa o possível à Colina do Piherim. Ttelé então disse qual era o recado e deu as instruções a Locemn para que chegasse em segurança ao seu destino, inclusive recomendando evitar se aproximar muito do fronteira norte de Haladian, que era o caminho mais próximo, mas também o mais perigoso. Locemn nem esperou Ttelé terminar de falar e já estava voando e lá de cima se despedia do velho ancião. Ttelé, logo que Locemn desapareceu no horizonte, permaneceu um breve momento refletindo sobre a gravidade da morte daquele cavalo, e o pior ainda estava por vir pois com certeza muitos cavalos daquela aldeia já carregavam a doença sem manifestá-la e quando isso acontecesse infectariam outros cavalos por onde passassem e assim seria o triunfo de Dascki. Ttelé não podia mais se demorar, tinha que partir logo e foi o que fez, pois ainda estava ainda há um dia da Floresta de Hibrilim.

 

O resto da viagem foi extremamente dolorosa para Ttelé. Carregava em suas asas o peso do medo que a morte de Dricemn causara-lhe. Ao mesmo tempo aquilo impulsionava-o a seguir em frente com mais certeza de que conseguiria cumprir sua missão a tempo. Com esse espírito resolveu voar durante a noite também para ganhar tempo. Seu chifre sempre brilhando e a luz da lua refletida em suas asas fazia com que Ttelé parecesse um cometa rasgando a escuridão da noite. Tudo se iluminava por onde ele passava. Com os primeiros raios de sol do amanhecer Ttelé pode avistar as primeiras arvores da grandiosa Floresta de Hibrilim, a mais antiga, mais velha até mesmo do que os anciões. Aquela visão animou Ttelé e resolveu pousar, pra descansar um pouco, antes de sobrevoar a grande floresta até o Portal de passagem.

 

Ali naquele lugar maravilhoso, parecia que a paz nunca seria arranhada, o cheiro das flores e o canto dos pássaros davam aquela sensação e enganava até mesmo um sábio como Ttelé e este por um momento esqueceu-se do que tinha pra fazer e ficou apenas apreciando aquela linda paisagem. De repente, não muito distante de onde estava pode ver uma criatura muito esquisita correndo em sua direção e mais do que depressa Ttelé levantou-se para tentar ver do que se tratava tão estranha figura e se acalmou logo ao distinguir um representante legitimo dos simpáticos guardiões da Floresta de Hibrilim, os Cuupi-raK. Ele vinha correndo desengoçadamente, devido aos seus pés virados para trás, mas era normal para eles. O que não era normal era a expressão assustada que carregava em seu rosto e isto preocupou Ttelé, que foi ao seu encontro. Quando se encontraram, Ttelé o cumprimentou cordialmente e o Cuupi-raK fez uma longa e respeitosa saudação: - Seja bem vindo, oh! Grandioso unicórnio! Mestre dos mestre, sábio dos sábios!. Dizendo isto se curvou diante de Ttelé em sinal de respeito, gesto que Ttelé rapidamente pediu para que interrompesse, pois não era mais nem melhor do que ninguém, alem de que, estava com pressa de chegar o Portal.

 

 

***

 

Os Cuupi-raK eram os seres protetores de todas as florestas em Haladian e nos outros mundos também. A Floresta de Hibrilim tinha esse nome justamente porque Hibrilim foi o Cuupi-raK quem semeou todas as suas sementes, regou, utilizando o Portal para ir a outros mundos buscar água para regar as ainda pequenas arvores. Nesse tempo Haladian era apenas um grande deserto e por isso não havia água. Hibrilim foi escolhido para aqui formar a grande floresta em torno do Portal. Em cada mundo havia uma grande floresta, onde era estrategicamente escondido as passagens ou portais. A floresta ficara conhecida então pelo nome desse primeiro Cuupi-raK.

 

Após formar a floresta, Hibrilim trouxe outros Cuupi-raKs para ajudá-lo a cuidar daquela imensidão verde que ele havia criado. Com a permissão de seus superiores trouxe então dois tipos de Cuupi-raKs. Para proteger especificamente o Portal, Hibrilim trouxe Cuupi-raKs de cabelo verde, estes eram maiores do que os de cabelos vermelhos, ambos porém tinham a mesma aparência. A única coisa que os diferenciava dos humanos era os pés virados para trás e os cabelos, e a única coisa que os diferenciavam era, além do cabelo, sua estatura, sendo os Cabelo Verde bem maiores. Quando Hibrilim terminou sua missão, deixando Haladian pronta pra receber os primeiros moradores, precisava trazer à Haladian os protetores da floresta e do Portal que ficariam em seu lugar, assim convocou doze Cuupi-raKs Cabelos Verdes para protegerem e cuidarem da floresta perto do Portal, mas principalmente guardarem o Portal, impedindo que este fosse utilizado por seres não conhecedores da verdade. Para guardar e proteger o restante da floresta vieram então os Cuupi-raKs de cabelos vermelho, estes vieram em grande número, centenas deles, pois a floresta era muito grande.

 

Os Cuupi-raKs eram seres muito nobres, principalmente os Cabelos Verdes, inteligentes e sensíveis, porém sua inteligência não ultrapassava muito questões que não fossem sobre as suas arvores e bichos. Os doze que cuidavam do Portal não se ausentavam um minuto de suas funções. Os Cabelos Vermelhos, até mesmo porque suas funções exigiam muita agilidade, viviam perambulando pela floresta e assim estavam constantemente sendo informados pelos inúmeros seres que transitavam nas redondezas e na Floresta de Hibrilim.

 

 

***

 

Ttelé, já estava batendo sua possantes asas para alçar vôo quando olhou mais uma vez pro Cuupi-raK e percebeu que ele tinha cabelos verdes e imediatamente desistiu do vôo, recolheu suas asas e pode ver a sensação de alivio do Cuupi-raK. O que faz tão longe do Portal insensato guardião? – perguntou Ttelé asperamente. O guardião por sua vez, simples como todos os guardiões da floresta, respondeu como se estivesse contando uma história. “Meu nome é Péatraz. Sou um dos doze guardiões do Portal da Floresta de Hibrilim, estou fora do meu posto, oh! grande ancião, por ter sido mandado em missão urgente à Colina do Piherim para alertá-los do grande perigo que se aproxima de Haladian. A sorte está do lado dos Cuupi-raKs, pois veio ao meu encontro um dos três anciões e isso encurta minha jornada. Tenho que informá-lo que nós, os Cabelos-Verdes, ficamos sozinhos para cuidar do Portal e da floresta. Estamos muito preocupados, caro ancião, pois os Cabelos-Vermelhos foram iludidos por um estranho que aqui apareceu e abandonaram seus postos, foram embora, nos deixaram sozinhos. Por isto meu senhor eu estava indo à Colina de Piherim. Pra buscar ajuda, pra tentar descobriu o que aconteceu aos nossos irmãos Cabelos-Vermelhos.”

 

Fez todo este discurso de um fôlego só e quando terminou era Ttelé quem fazia cara de espanto. Havia ficado impressionado com as informações de Péatraz e mesmo assim foi capaz de pensar rápido e decidiu quase que instantaneamente. Pediu para que Péatraz continuasse sua jornada rumo a Colina de Piherim para avisar os outros dois anciões que lá estavam, porque ele naquele momento tinha que terminar a missão que havia começado cinco dias atrás. Não deu muitos detalhes ao Cuupi-raK e este, muito desconfiado, ainda tentou questionar o pedido de Ttelé mas foi repelido com firmeza e rapidamente tomou o caminho da Colina de Piherim. Mais um problema e dessa vez muito sério. A saída dos Cabelos-Vermelhos da Floresta de Hibrilim era muito sério, pois há milhares e milhares de anos eles viviam ali, cuidando incansavelmente da floresta. Mas o mais perigoso era não saber o que poderia tê-los feito abandonar tudo para seguir um estranho. Era preciso saber urgente quem ou o que era esse estranho. Felizmente Ttelé havia enviado Péatraz para avisar os outros anciões e eles utilizariam o Chifre de Osurumm para tentar descobrir.

 

Feito essas reflexões, Ttelé não perdeu nem mais um minuto e voou tão rápido como o vento em direção ao centro da floresta, rumo ao Portal, precisava concluir sua missão para poder voltar à Colina do Piherim urgentemente, o plano de salvar Haladian não podia mais ser adiado. Assim que chegou no Portal encontro os outros onze Cuupi-raK reunidos diante do Portal numa calorosa discussão.

 

Quando Ttelé pousou em frente a eles foi um tremendo alvoroço, o que se via era um monte de corpos se enroscando de todas as maneiras possíveis, graças aos seus pés virado para traz. O Portal ficava exatamente no centro da floresta numa pequena clareira. Essa clareira era cercada por doze círculos das grandes e tão velhas arvores plantadas por Hibrilim, as Ghurucas, eram muito grandes e frondosas e seus troncos quase encostavam um no outro. Não eram arvores frutíferas, mas na primavera, suas flores forneciam o mais maravilhoso perfume da floresta, podendo até ser sentido fora da Floresta de Hibrilim. Dentro de cada circulo, ficava um Cabelo-Verde, andando sem parar, sempre no sentido horário, mas todos protegendo seu espaço.

 

Mas neste dia tudo estava fora do normal. Naquele momento estavam os onze no circulo central, fora de seus postos, discutindo sobre toda aquela situação que pra eles era muito complicado, pois jamais haviam abandonado seus círculos, por motivo algum, nunca nada havia feito com que eles saíssem de suas rotinas e agora estavam ali, abobalhados olhando para Ttelé, sem ação nem reação, imóveis como se estivessem petrificados. Ttelé quis falar alguma coisa, mas como ressuscitados do transe, começaram todos a falar ao mesmo tempo, todos gritando e gesticulando numa balbúrdia interminável, até que um deles mesmo começou a gritar mais alto do que todos pedindo silencio. Insistiu muito até que conseguiu que aqueles brutamontes de cabelos verdes ficassem quietos e começou a falar, - Grande ancião, unicórnio de chifres brilhantes e asas douradas, o que aconteceu com nosso irmão, Péatraz, que mandamos avisá-los da terrível tragédia que se abateu sobre Hibrilim? Por que você veio tão rápido e não trouxe nosso irmão convosco?.

 

Ttelé então, com toda a paciência, que é digna dos sábios, explicou toda a história aos Cuupi-raKs, mesmo omitindo alguns detalhes menos importantes pra eles, contou tudo o que eles precisavam saber. Os Cuupi-raKs ficaram ainda mais assustados, pois o perigo que ameaçava Haladian era muito grande e poderia chegar até mesmo aos outros mundos através do Portal. Diante dessa conclusão feita pelos próprios Cabelos-Verdes, Ttelé pediu aos mesmos para que continuassem com a tarefa de proteger o Portal, que não permitissem que nada, nem ninguém chegasse até ele. Tendo feito esse pedido finalmente, Ttelé caminhou tranqüilamente até o centro da clareira onde havia quatro bacias de pedra, alinhadas em um quadrado perfeito. No momento em que pisou exatamente no centro daquela figura, começou a passagem. De cada bacia começou a sair um elemento, água, fogo, terra e ar, em direção de Ttelé, numa grande explosão de luz, vento, poeira e brisa, que foi gradativamente desaparecendo até que não estava mais entre os Cuupi-raKs e tudo voltou ao normal. Ttelé havia atravessado.

 

Do outro lado do Portal, Ttelé no início achou que não estivesse atravessado, porque a paisagem era a mesma. As mesmas árvores e a mesma posição do Portal, porém os guardiões eram outros, havia apenas um Cabelo-Verde no círculo do Portal, o que indicava que eles não sabiam de nada sobre Haladian e isso era bom, significava que não precisava explicar nada por enquanto, diria que viera a procura de ervas curativas. E realmente isto foi suficiente para aquele Cabelo-Verde, que parecia maior ainda do que os de Haladian. Ttelé passou um por um dos círculos sem ser importunado, pois os Cuupi-raKs dali conheciam os anciões de Haladian e sabiam que ele tinham permissão para transitar pelos mundos que quisessem. Assim, ao sair do décimo segundo circulo Ttelé levantou vôo, não perdendo tempo, voou o mais rápido que pode em direção ao sítio onde vivia Khallas.

 

Ttelé não podia ser visto então voou muito acima das nuvens, numa velocidade impossível para ele em Haladian, mas no mundo dos humanos seus poderes eram quase ilimitados, podia até mesmo estar em muitos outros lugares ao mesmo tempo se quisesse, mas o sítio onde Khallas vivia, ele precisava visitar pessoalmente. A toda, do Portal até o sítio de Khallas, não demorou mais do que um piscar de olhos. Ainda era noite e Ttelé quis esperar até o amanhecer para realizar o reconhecimento que tinha vindo fazer. E apesar de estar com muita pressa pra voltar a Haladian, esperou, pois era necessário conhecer com certeza para onde mandariam o portador do sangue dos unicórnios, Salvador de Haladian, o último cavalo alado de sangue puro de Haladian. Por isso esperou impacientemente até amanhecer.

 

Antes de clarear totalmente, Ttelé já estava voando pelas redondezas do sítio, olhando e inspecionando tudo, pois ali naquele lugar iria viver o responsável pelo futuro de Haladian. Depois de meia hora bisbilhotando todos os cantos do sítio, Ttelé pode ver o que ele tanto queria ver e que tanto tinha viajado para ver. Num curral perto da casa, havia uma égua. Era tudo que precisava para enviar o jovem cavalo. Era uma égua muito pequena, nem parecia um eqüino, mas serviria para os planos dos anciões. De onde estava ainda deu pra ver o menino Khallas, quando ele saiu para brincar com a futura mãe do salvador de Haladian no curral, de pés no chão, com o cabelo despenteado, mas o amor que sentia pelo cavalo estava estampado em seu olhar e nos seus gestos de carinho. Ttelé pode ver o quanto Khallas era especial, sentir sua bondade e o quanto era especial. Se emocionou e teve a certeza que tudo daria certo. O lugar onde o salvador nasceria era mágico. Observou pela última vez a égua no curral e a maneira como Khallas lidava com ela e se despediu.

 

Ttelé concluiu como muito proveitosa sua viagem, pois ele não apenas tinha vistoriado pessoalmente pra onde iriam enviar o salvador, como também havia descoberto informações preciosas sobre o inimigo e que seriam de grande ajuda para os anciões traçarem um estratégia de defesa, mas principalmente apressarem o envio do salvador. Agora, Ttelé precisava ser rápido na volta a Haladian e assim rapidamente chegou ao Portal do mundo dos humanos. Tão afoito estava que nem cumprimentou os Cabelos-Verdes, foi logo pro Portal.

 

Quando chegou ao outro lado, os Cabelos-Verdes o encheram de perguntas, mas Ttelé não teve tempo pra responder e em meio a trancos e barrancos abriu suas asas e levantou vôo. Já no alto deu até logo a ele e sumiu no horizonte. Em Haladian, o bom ancião não podia contar com os poderes que tinha no mundo dos humanos e por isso teria que voar sem parar cinco longos dias, mas isso não o desanimou e o incansável Ttelé ao fim do quinto dia já avistava a Colina do Piherim. Durante a viagem pode ver alguns sinais do inimigo, alguns cavalos mortos nas redondezas das aldeias, fogo e destruição das florestas, e muitas aldeias vazias. Isto fez com que Ttelé acelerasse mais ainda e antes do anoitecer ele pousava na esplanada da Colina do Piherim e era saudado pelos seus irmãos, por Locemn, Péatraz e Haddhór, que Ttelé ainda não conhecia.

 

 

Obs: Por favor, peço aos possíveis leitores que comentem a história, e sugiram, afinal ainda estou aprendendo.... a história ainda não está pronta totalmente, tenhos 6 capítulos prontos, daí pra frente ainda irei escrever...

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