Bonekinho 0 Postado Outubro 30, 2007 Share Postado Outubro 30, 2007 (editado) Meu segredo profanamente sagrado, Amada e temida, prazer em vida, fogo e aniquilação. À distância vejo a tua cor negra que absorve todas as cores, E quando de mim, está bem perto, dissolve o que não é. A tua nudez coberta de céu transcende todas as formas. Teus cabelos se agitam sobre os crânios de teu colar, E no teu ventre balança o cinto de mãos cortadas, Daqueles que tiveram seus trabalhos superados. Toco em tua face e em teus seios lambuzados de sangue, E os teus gemidos mântricos são entoados pelo ritmo excitante de nossos corpos unidos pelos nossos opostos. Sem a tua Shakti sou impotente e inerte. A vida e a morte unidas sob as chamas das velas em castiçais, Sinto teu hálito de incenso de sândalo, Esfrego-me no teu suor de óleo de almíscar, E no teu corpo reconheço a natureza efêmera e imprevisível. No calor de nossa cripta nupcial, ornada de pétalas de flores e rosas, que ressecadas caem das coroas fúnebres, Junto das mensagens de saudade deixadas no sétimo dia pelos entequeridos, gozamos de prazer suave. Somente há cinzas e pó de cadáveres ao nosso redor. Tudo que tende aprisionar está dissolvido. OM Kali, OM Kali, OM Kali. Meu segredo profanamente sagrado. Olho no fundo dos teus três olhos, E vejo o Sol a Lua e o fogo. E vejo o passado, o presente, e o futuro. Mas, existe aquilo que deve ser conhecido. E existe o que jamais poderá ser revelado. Mas tu não tens vergonha, Tens o corpo nu, exibindo a tua beleza cruel. E oculta a tua face sob os véus escuros do silêncio, E quando mostra a tua língua ardentemente escarlate, que se agita numa voluptuosidade serpentina, consome todas as coisas e aprecia todos os sabores que o mundo diz ser proibido. A criação e a destruição estão em tuas mãos. Empunha a espada ensangüentada, e a cabeça da falsa consciência cortada. E sussurra em meus ouvidos: "não temas!". E me abre os teus portões, quando te peço: Abre! Abre! Abre! Abre-me teu portão de liberdade! Eleva-me no teu furor de fêmea indomável no cio. OM Kali, OM Kali, OM Kali. Conceda-me a dádiva da tua flor orvalhada de sangue que arde em fogo brilhante de verdade. Deleite há no inefável encontro do fim com o início. E no Vale da Morte, sobre as lousas dos desencarnados, No nosso leito mortuário, pecado é o que se faz do desejo o contrário. Incitantemente, teus quadris oscilam e derramam o líquido da tua taça. Surge o teúrgico equinócio, e a lembrança de todos os finais de tardes, Em esplendor eterno, traçado sobre nossas cabeças como um arco-íris, Na casa número treze de São João Batista. Venha! Venha! Venha! Negra como a noite, e dance no meu coração, Onde tudo arde, onde tudo queima. Dance sacudindo teus cabelos e solte um berro sinistro, Mostre-me o mundo sem controle. Um mundo criado e destruído na tua própria dança selvagem. Eu sou convidado a fazer parte dessa dança, dança frenética de vida e morte. Esta dança que arrebata meu espírito, e que faz desaguar minha fonte orgásmica de matéria, onde insaciavelmente tu bebes, e te banhas. Editado Outubro 30, 2007 por Bonekinho Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Yartfx 0 Postado Outubro 30, 2007 Share Postado Outubro 30, 2007 Cara voçe que escreveu ou voçe cato de algum lugar? Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Bl4Nk 0 Postado Outubro 30, 2007 Share Postado Outubro 30, 2007 Mó cabeça o cara Belas palavras...Curti a história. Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
canela 0 Postado Novembro 2, 2007 Share Postado Novembro 2, 2007 que paciencia ein meu, e na escola é bom tbm? LOL Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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