Jvchequer 63 Postado Agosto 9, 2010 Share Postado Agosto 9, 2010 Neste artigo, Caio Martins faz uma releitura do livro “Haverá a Idade das Coisas Leves”, de Thierry Kazazian, sobre design e sustentabilidade. Não é de hoje que o consumo dos recursos naturais ultrapassa as capacidades da Terra, sendo os países ditos desenvolvidos os principais responsáveis por tal consumo, o que os leva, por pressões públicas e governamentais, a partilhar valores e conhecimentos por meio das dimensões social e ambiental com os demais países, a fim de diminuir problemas como desigualdade de acesso à cultura, emprego, exclusão social, devastações florestais, etc. A sustentabilidade é onde queremos chegar, e, para tal, devemos seguir caminhos e fazer escolhas coerentes com tal conceito. Entre as ações necessárias para alcançarmos este fim, está a modificação do conceito de (produção em) design, em prol de um desenvolvimento sustentável, o que influencia na mudança cultural de uma sociedade, criando valores e modificando os já existentes a respeito da atual sociedade de consumo para uma sociedade de uso, como explica Kazazian¹. Como designers, temos a capacidade de influenciar na cultura de um povo, de criar valores, estimular hábitos e desenvolver cenários. Todas essas capacidades podem ser efetivadas se o processo de concepção tradicional for substituído por outro: ecoconcepção. Tal método se faz necessário uma vez que cada produto é um “poluidor nômadeâ€, pois cada etapa do seu ciclo de vida produz impactos sobre o meio ambiente. Para evitar tal adjetivo, podemos observar e nos basear na natureza para absorver os princípios para tal concepção (ciência conhecida por Biomimética). Dentro deste processo, está incluso a ACV – Análise do Ciclo de Vida – que tem por objetivo avaliar os impactos ao longo da existência de determinado produto, passando por todas as fases – extração de matérias primas, produção, distribuição, utilização e descarte. Esta análise busca identificar pontos em que há possibilidade de melhorias, levando a uma melhor utilização e conservação do produto, aumento na qualidade de vida dos usuários, mais eficiência no aproveitamento dos recursos naturais, estabelecimento de zonas industriais, etc. Em paralelo, devemos nos esforçar para transformar a atual sociedade de consumo em uma sociedade de uso, em que a posse dos produtos é complementada ou substituída por ofertas de serviços. A necessidade dessa mudança surge quando constatamos que a capacidade de produção e manutenção de matérias e recursos pela natureza está abaixo da capacidade de absorção de resíduos gerados. Oferecer serviços além de produtos faz com que a empresa diversifique seu mercado e atividades, e, conseqüentemente, sua relação com os clientes. Essa nova relação, mais íntima e confiável, se torna cada vez mais rentável para os três lados: a empresa cria vínculos mais difíceis de serem rompidos com o cliente, gastam menos com publicidade e marketing, tem maiores chances de acertar a vontade e gosto do público; os clientes se sentem mais seguros e melhor atendidos; e o meio ambiente é poupado da extração de mais recursos e matérias primas. Por muitos motivos a desmaterialização se faz necessária, e o design é um meio que possibilita tal processo, seja escolhendo a matéria prima (e sua origem), os processos e tecnologias de produção, as interações e possibilidades em cada produto/serviço, preferindo sempre o optimum² ao máximo. ¹ – Thierry Kazazian, nascido em 1961, é designer, diplomado pela Domus Academy, de Milão. Em 1988, tornou-se um dos fundadores da O2, primeira rede internacional de designers que trabalham para um desenvolvimento sustentável. ² – optimum: o mais favorável, o justo necessário. Aproveite e siga o Design Blog no Twitter! Assim você fica por dentro das novidades no mundo do design, com links super interessantes. . Artigos relacionados Coisas para se pensar…</img> </img> </img> View the full article Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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